O lar é o berço do teu destino, templo aberto ao teu coração. Aí tens o porto a que o Senhor te conduziu no extenso e furioso mar da vida terrestre
Aprende a respirar dentro dele com o respeito e a bondade que a vida nos merece.
Haverá, porventura, lição mais comovente que o esforço de teu Pai por manter-te robusto, e poderemos acaso encontrar mais sublime testemunho de sacrifício e ternura que o carinho de tua mãe, esquecida de si mesma em favor de tua alegria?
Quando a chuva lá fora enlameia a estrada, e quando a ventania passa zunindo na altura, já pensastes na bênção do teto que te agasalha?
À mesa, quando a sopa fumegante convida tua fome ao repasto, já refletiste na sublimidade do santuário que te abriga?
Quando cansado, te acolhes ao leito, já meditaste na doce e misteriosa mão de Deus que te sustenta o sono?
Aprende a honrar tua casa no culto da gentileza, enriquecendo-a com o teu serviço constante no bem e santificando-a com teu amor. O lar é o primeiro degrau com que o todo misericordioso nos induz a escalar o céu.
Tua casa é o teu celeste jardim no mundo. Cultiva aí, nesse abençoado recanto de paz e trabalho, as flores do bem que nunca fenecem.
Ajuda-o na preservação da tranqüilidade e do bem-estar, porque, um dia, de fronte preocupada como agora acontece ao teu pai e a tua mãe, crescido e pensativo, terás um lar diferente, onde entrarás como senhor, e inclinado sobre algum rosto alegre e saltitante como o teu, igualmente dirás:
“- Ah, meu filho, meu filho”.
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